Foto: Sarau
Na quinta-feira (31.03) , a Rede Governança Brasil (RGB) realizou o 3° Sarau da Governança promovendo o debate do livro: "Código de Boas Práticas em Governança Pública”. O evento contou com apresentação musical e discussão do conteúdo com membros do Comitê de Governança na Prática.
O embaixador da RGB e ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, agradeceu a participação dos membros da entidade e fez suas considerações sobre o Código. “O que nós estamos buscando nessa caminhada de implantar a governança no Brasil é que através das boas práticas, códigos, ética… possamos dar uma transparência para a nação brasileira”, disse. Nardes acrescentou ainda sobre a visita a Dubai. “Fiquei impressionado como algumas nações conseguem superar em pouco tempo as dificuldades”.
“Quero simplesmente dizer para esse time que fez esse Código que vocês superaram todas as expectativas e por isso que esse sarau de celebração é de dizer gratidão e muito obrigado a cada um por terem sido formidáveis na sua capacidade coletiva de trabalhar”, comemorou.
A coordenadora do Comitê de Governança na Prática, Luana Lourenço, abriu o debate falando sobre o que é o código, objetivo, público-alvo e as premissas. Segundo Lourenço, o Código pratica a cultura do cuidado, já que foi elaborado durante a pandemia da Covid-19.
“Percebemos que o maior fator de preocupação nas organizações é o fator humano. Quando cuidamos das pessoas temos perspectiva de melhoria, engajamento, motivação e social. Quando você aplica a governança humanizada, por exemplo, temos uma perspectiva de lucro e aumento no capital financeiro na organização privada. Na administração pública não poderia ser diferente. Ao cuidar de pessoas, temos o cuidado também com a esfera ambiental e humana”, explicou.
O conteúdo traz o ESG, transformação digital, participação, equidade social, inclusão, coordenação, cultura, capacidades estatais, entre outros. A coordenadora do grupo de estudos da RGB/ENAP, Mariana Montenegro, perguntou a Lourenço sobre a diferença dentro de uma diversidade de instituições no Brasil. “A partir de uma inteligência coletiva, por meio de um grupo de estudos, onde se adequa à esfera federal, municipal ou estadual, servindo também ao terceiro setor e de forma subsidiária à administração privada”, elucidou.
Com cerca de 144 páginas, a obra apresenta 135 práticas de governança que foram selecionadas por Luana Lourenço, Welles Matias e Flávia Canedo, além da equipe técnica formada por membros do comitê. Matias explicou como foi o processo de escolha dos casos, que contou com um comitê acadêmico constituído para esse trabalho.
“Nesse processo de coleta de dados estabelecemos quatro principais campos. Esperávamos a descrição da prática, resultados esperados, palavra-chave e exemplos teóricos e práticos”, contou. Matias revelou que no processo de coleta o grupo chegou a 499 práticas.
“Tanto o percentual das práticas que a gente recebeu quanto das práticas inseridas no Código, em sua grande maioria, por volta de 40%, ficou no mecanismo de controle, quando comparado aos demais elementos de liderança e estratégia. Isso se deve bastante à ampliação da regulamentação e práticas na temática e às recomendações de órgãos de controle”, observou a coordenadora Flávia Canêdo.
Questionada pela mediadora Regina Luna, Canêdo também comentou durante o encontro virtual sobre os desafios da gestão de risco, tema do seu mestrado. Em sua opinião, tanto a gestão de riscos quanto a própria governança devem ser olhados de uma maneira mais holística, coordenada e integrada.
“A governança não se trata apenas de uma prescrição, um receituário de instrumentos que tem que existir nas instituições, mas vai além disso: é você ter atitude na instituição. Não basta ter um planejamento estratégico, se o pensamento estratégico não está internalizado. Não basta ter um plano de gestão de riscos se o mesmo não está também internalizado e discutido amplamente, além de monitorado”, concluiu.
Também participaram do encontro virtual os membros do Comitê de Governança na Prática, Bruno, Ludmila e Luciana, que trouxeram um pouco sobre o processo de construção do código e suas expectativas com seu lançamento.
Flávia Canêdo revelou que a ideia é lançar a segunda edição do Código ainda em 2022.
O conteúdo produzido pela RGB, em parceria com o Instituto Latino-Americano de Governança e Compliance Público (IGCP) e a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), foi lançado na versão impressa no mês de fevereiro e desde então vem gerando produtivos debates.
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Assessoria de imprensa da RGB
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